Entrevista Exclusiva – Estúdio MOL

Entrevista Exclusiva – Estúdio MOL by falle criativo

janeiro 19, 2009, 9:43 pm
Filed under: Design e Tecnologia, Entrevista | Tags: atual, bom, Brasil, briefing, cliente, creative, criação, critatividade, desenho, design, Entrevista, estúdio, estúdio mol, Galileo Giglio, ilustração, informação, internacional, legal, mol, mopa, MTV, personalidade, photoshop, revista Virtus, tendência, uau!, Yuri Venancio Tamasauskas

A Revista Virtus teve a grande oportunidade de entrevistar um dos maiores estúdios de design de São Paulo e do Brasil, isso mesmo galera, o Estúdio Mol. Eles já  fizeram trabalhos com a MTV, NBS, Lua Branca entre outras grandes empresas. Eu, Yuri Venâncio, estive com o Galileo Giglio no Estúdio Mol na quinta-feira, 15 de janeiro de 2009.Finalmente cheguei no estúdio, que é um lugar muito aconchegante, cheio de ilustrações nas paredes e com uma galera muito firmeza trabalhando. Confiram a entrevista: 

 RV:  – Então, em primeiro lugar eu gostaria de parabenizá-los, porque hoje vocês são uma referência no mundo do design. Conte um pouco do começo do estúdio.

Galileo Giglio

 

GG:– O começo do estúdio foi bem interessante. Começamos trabalhando eu, o Chico Zullo e o Rodrigo. No início trabalhávamos nós 3 numa sala bem pequena de um prédio de escritórios, fazendo alguns trabalhos para agências e pequenas e medias empresas. O Chico tem a formação de ilustrador e eu de design gráfico, e nós nos conhecemos na faculdade de arquitetura. O Rodrigo tem a formação de administração e era o administrador da empresa. Essa junção das competencias de cada um foi o que possibilitou nós trabalharmos juntos. A partir daí, conseguimos alcançar novos clientes e ao mesmo tempo ter uma organização interna para apostar no crescimento e contratar pessoas. 

RV: – Quais foram as pessoas que mais acreditaram no trabalho de vocês e apoiaram de verdade?

GG: – Muita gente, com certeza a minha mãe me deu muito apoio e todas as mães dos sócios ajudaram com tudo e sempre tiveram fé em nosso trabalho. As pessoas com quem eu estudei foram positivas em relação ao trabalho, comentavam e indicavam nossos trabalhos para outras pessoas. Enfim, todo mundo somou para o crescimento do estúdio. 

RV: – Alguém criticou ou não apostou no sucesso do estúdio?

GG: – Bom, difícil isso. Acho que os clientes, em geral, tem um jeito diferente de tratar com o fornecedor e não falavam nem bem e nem mal. Não necessariamente apoiavam o que nós fazíamos, eles simplesmente queriam um trabalho pronto, rápido e barato. Mas creio que pouca gente quis o mal, difícil alguém que não tenha se enturmado ou se sensibilizado com o nosso trabalho. 

 RV: – Qual é sua metodologia para realizar trabalhos tão criativos?

GG: – A ídéia principal é  o trabalho em equipe. Desde o começo, nós só concretizamos nossos projetos pelo fato de trabalharmos em equipe, não conseguiríamos ter crescido como estúdio se não fosse pelo conhecimento de cada sócio e funcionários. O trabalho só se concretiza trabalhando em equipe, é importante acreditar em cada pessoa.  

RV: – Quais são os artistas e designers que influenciam o trabalho do estúdio?

GG: – Muitos, nós temos crescido na área de animação, e com certeza algumas produtoras de animação já estabelecidas chamam muito a atenção. Gostamos dos trabalhos de algumas produtoras em especial, como por exemplo os estúdios de ilustração Colletivo e o Mopa, que possuem uma linguagem que admiramos muito e que cresceram ao mesmo tempo que nós, do exterior tem o Brand New School e muitos outros. 

 RV: – Qual foi o projeto mais importante da carreira do estúdio?

GG: – Falar de um é difícil, tem alguns, como por exemplo trabalhos com a Abril, os quais foram bastante representativos, além do que foram nosso primeiro grande cliente, foi uma experiência muito boa. Nosso primeiro trabalho para eles foi uma ilustração simples de 1/3 de página, depois disso a nossa relação com eles evoluiu bastante, isso na parte de editoração. Na área de animação tivemos um trabalho o qual foi muito representativo, feito no começo do ano passado, foi a abertura do programa Top Top da MTV, foi legal porque no mesmo período iniciamos uma relação com a MTV que nos trouxe muitos outros frutos nessa mesma área. É difícil falar de apenas um trabalho que tenha sido o mais importante, foram vários e cada um foi importante em determinado momento para a empresa. 

RV: – Acredito que todo designer, ou mesmo quem se interessa por design, sonha um dia em trabalhar para a MTV, esse sonho é verdade?

GG: – O que achamos interessante na MTV, é que a nossa linguagem combina bastante com o que eles buscam, atingir os jovens. Nos sentimos muito satisfeitos em trabalhar com eles porque nossa linguagem também mexe muito com o jovem, e devido a essa experiência com esse público temos uma maior afinidade. 

 RV: – O trabalho do design é editar o mundo, seduzindo o espectador. Como vocês interpretam isso?

GG: – Na maioria dos trabalhos que fazemos para o mercado publicitário ou para algum cliente que deseja comunicar sua marca, buscamos fazer coisas que chamem a atenção do público. O trabalho do designer e do publicitário não se trata somente de criar harmonia entre a mensagem e imagem, mas sim fazer com a mensagem que prenda a atenção do público. Para isso utilizamos diferentes linguagens de trabalho, de modo que essas se renovem e surpreendam, podendo ser aplicadas a diversas mídias como a internet, animação, impresso, sendo sempre ousada, cativante e cumprindo assim sua função. 

RV: – Em sua opinião, qual é a tendência visual do momento?

GG: – Bem, eu não diria do momento mas de 3 mêses atrás. Tem muita coisa rolando como flashback anos 80, fotografia, muita coisa sendo feita com layouts em cima de uma foto. A foto já existe a bastante tempo, no entanto, se tratando de disgn gráfico ela têm tomado um rumo diferente, as pessoas tem usado elementos feitos tecnicamente no computador, menos técnico. 

RV: – Qual o seu tipo de música favorita? Você acredita que a música influência de certa forma seus trabalhos?

GG: – Eu gosto bastante de música eletrônica, mas ultimamente tenho ouvido um pouco de tudo. No estúdio sempre tentamos deixar um som rolando de fundo, afinal isso sem dúvida também faz parte das nossas referências, a música deixa o clima agradável e influencia no trabalho. 

RV: – Como você descreve sua relação com os clientes? Alguma vez vocês já tiveram algum cliente muito exigente que tenha menosprezado o trabalho do estúdio? Como conseguiram clientes como a MTV?

GG: – A relação é boa, procuramos sempre manter um diálogo aberto, afinal sem a comunicação as dúvidas permanecem, tudo se torna confuso e ninguém sabe o que está acontecendo. Conversa e transparência estão sempre presentes dentro do estúdio, sempre buscamos entender perfeitamente do que o cliente precisa. Alguns clientes nos fazem elogios e são bastante carinhosos, ao mesmo tempo que outros clientes querem o trabalho pronto e preferem não estabelecer uma relação mais profunda. De qualquer maneira temos sempre que priorizar a vontade do cliente atravéz do diálogo e manter o profissionalismo. 

RV: – No trabalho de vocês, os softwares são sem dúvida uma ferramenta necessária para ilustrar, colorir, dentre outras coisas. Você acredita que em alguns projetos, a utilização de softwares podem gerar mesmices se tratando de design?

GG: – Depende muito de cada pessoa, se você não pensa no que está fazendo certamente utilizará  os recursos básicos oferecidos pelos programas. Eu acho que devemos sempre ir além daquilo que estamos vendo, é preciso explorar a idéia e não o computador somente. É preciso evoluir, afinal através de poucos recursos podem ser feitas muitas coisas, vai depender do programa e de como ele se aplica ao que você deseja fazer. 

RV: – Qual seu programa para as horas vagas?

GG: – Viajar é muito bom, adoro viajar, gosto de conhecer países novos, pessoas. Ano passado tive a oportunidade de ir para a Ásia, foi muito interessante. Outro hobby é comprar disco de vinil, tenho uma pickup em casa, eu tocava como DJ na época da faculdade, mas atualmente só como hobby. 

RV: –  Para finalizar, qual é a mensagem que você deixaria para as pessoas que se interessam por essa área de atuação, para as que estão ou ja fazem faculdade de design e sonham em montar um estúdio?

GG: – A mensagem que eu deixo é que se você quer trabalhar, espaço existe. Basta ter gosto e tesão por aquilo que você faz, sabendo explorar as oportunidades, afinal, tem muita coisa ainda inexplorada pela classe de designers. As vezes as pessoas se concentram em buscar somente trabalhos com glamour, não sei de onde vem isso, na verdade essas pessoas perdem a chance de explorar esse novos mercados. Essa semana eu recebi um e-mail de uma empresa que faz animações e cartoons para casamentos, é um trabalho para um mercado com pouquíssima concorrência, uma das empresas que trabalha com esse mercado se chama The Wedding Cartoon (http://www.theweddingcartoon.com). Existe muito para se descobrir, cada vez que eu entro em algum lugar que possui uma cominicação ruim, estacionamentos por exemplo, são vários em São Paulo que possuem uma comunicação visual bastante básica, podia ser muito melhor. A própria comunicação visual da cidade, não existe por exemplo um mapa da cidade de São Paulo com os pontos turísticos sinalizados, assim as pessoas poderiam se situar e saber exatamente aonde estão. Existe muita coisa para ser feita, é só ficar de olhos abertos e apostar no que você acredita.

Galileo Giglio

 Enfim pessoal, no final das contas, está certo quem fala que ser designer é editar o mundo.

O estúdio Mol começou em 2003 com um estúdio de design gráfico e ilustração. Hoje, já conta com 15 profissionais e tem forte atuação nas áreas de animação, web e entretenimento.

http://www.estudiomol.com.br/ 

Até mais!
Yuri Venancio Tamasauskas
Diretor da Revista Virtus

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